O Islã é uma religião abraãmica monoteísta originada na Península Arábica há 1400 anos atrás, e rapidamente disseminada para formar a maioria da população no Oriente Médio e em muitos países asiáticos e africanos. O islã hoje é seguido por mais de um bilhão de pessoas, fazendo dela a segunda maior religião do mundo.

O islão tem duas seitas principais, Sunitas e Xiitas. Os sunitas constituem 90% dos muçulmanos do mundo, enquanto os xiitas constituem o resto, ressaltando que alguns países têm uma maioria xiita, como o Irã, Bahrein, Iraque e o Azerbaijão.

O Profeta

O Profeta Maomé nasceu em Meca no oeste da Península Arábica em 571 d.C., numa nobre família da tribo dos Coraixitas. Seu pai morreu antes que ele nascesse. Sua mãe morreu quando ele tinha seis anos. Ele então passou para os cuidados de seu avô Abdulmutallab. Seu avô também morreu, e ele então passou para a custódia de seu tio Abu Talib. O Profeta Maomé recebeu uma educação formal e trabalhou no início de sua vida como um pastor, tendo depois se juntado ao seu tio Abu Talib nas caravanas de comércio entre o Iêmen e a Síria. Em uma de suas viagens, os mercadores coraixitas encontraram um eremita cristão que disse a Abu Talib que seu sobrinho seria um profeta. O Profeta Maomé era conhecido por sua honestidade. Essa honestidade foi a razão pela qual ele foi recomendado para trabalhar com uma das mulheres coraixitas mais abastadas, Khadija bint Khuwailad. Khadija ficara impressionada com sua honestidade e habilidades no comércio, e posteriormente eles se casaram quando Maomé tinha 25 anos de idade.

Bi'tha

Aos quarenta anos, no meio de uma de suas reclusões periódicas para adoração e meditação numa caverna nas montanhas, um anjo o visitou e disse que Deus o escolhera para ser um mensageiro para todos os seres humanos. O Profeta Maomé começou a pregar aos seus confidentes secretamente e depois prosseguiu para apelar ao resto das pessoas de Meca abertamente para que renunciassem aos ídolos.

O mal tratamento recebido pelos seguidores da nova religião em Meca os levou a emigrar de Meca para Iatrebe, onde as pessoas eram menos hostis e um forte grupo de crentes existia. Posteriormente, o nome Iatrebe foi mudado para Medina e ela se tornou um centro do estado islâmico e uma guerra estourou entre ela e Meca, terminando com a derrota dos adoradores de ídolos em Meca e a disseminação do islã por toda a Península Arábica.


A fé islâmica é baseada nos seis pilares, conhecidos como Os Pilares do Iman: o primeiro sendo a unicidade de Deus, a fé em um Senhor, criador de todas as coisas do universo, sem parceiros e sem semelhantes em sua habilidade. O segundo pilar é a fé nos anjos, criaturas de luz que não têm livre arbítrio e obedecem ao comando de Deus. A fé islâmica se estende ao requisito da fé nos livros da revelação (o Alcorão, a Torá, a Bíblia e o Zabur), o resto dos pilares são a fé nos antigos profetas e no dia da ressureição e a predestinação. Os xiitas chamam o último pilar de Adalah, que significa justiça.

Os pilares do islã são também uma parte importante da religião, já que eles são atos obrigatórios e são a fundação da vida muçulmana. O primeiro pilar é o Chahada, que é uma declaração da fé em Alá e no Profeta Maomé, o segundo pilar é a oração como um ritual de adoração praticado pelos muçulmanos cinco vezes por dia e à noite; o terceiro pilar é o jejum no mês do Ramadã. O quarto pilar é a doação do zacate, uma caridade anual aos pobres. O quinto pilar é o Haje até Meca uma vez na vida.

O Alcorão


O Alcorão desempenha um papel crucial na vida e na fé dos muçulmanos. Acreditar nele, como foi mencionado anteriormente, é uma parte essencial do credo. Ele é um texto religioso e os muçulmanos o veneram lendo passagens dele em suas orações. Os muçulmanos acreditam que o Alcorão é a palavra de Deus revelada ao Profeta Maomé em 114 capítulos que contêm legislações e histórias religiosas. Ele é considerado a mais bela obra da literatura árabe.

O calendário islâmico

O calendário islâmico foi usado como o calendário oficial em países islâmicos até ser substituído pelo calendário gregoriano. O calendário hegírico é um calendário lunar de 12 meses que variam de tamanho de 29 a 30 dias, começando pelo Muharram e terminando com o Dhu al-Hijjah. Os muçulmanos dependem ou da observação da lua crescente ou de cálculos astronômicos para ver o início e o fim dos meses lunares. O calendário hegírico é muito importante para a adoração, já que o jejum, o zacate, os feriados e a Haje são todos baseados nos meses da Hégira.

Festas e feriados religiosos


Eid al-Fitr

Este é o maior evento religioso islâmico em conjunto com o Eid al-Adha e ele acontece no primeiro dia do mês de Shawwal após o fim do Ramadã, quando os muçulmanos celebram o fim do jejum. Ele é um feriado oficial em todos os países islâmicos. Os ritos e costumes mais importantes no Eid são a orações Eid na primeira manhã e o zikr após as orações. O Eid é considerado uma ocasião social importante que os muçulmanos passam em visitas familiares.

Eid al-Adha

Também conhecido como a Festa da Redenção, ele é o segundo maior festival dos muçulmanos. Ele acontece no 1.º dia de Dhu al-Hijjah, e está associado com a Haje. Os peregrinos realizam sacrifícios em Mina, seguindo o Profeta Ibrahim, quando Alá ordenou que ele matasse seu filho, Ismael. Os muçulmanos normalmente jejuam no dia de Arafah, que precede a festa e no primeiro dia do festival. A oração de Eid é realizada e os sacrifícios são feitos nos três primeiros dias. Este feriado é oficial em todos os países islâmicos.

O Aniversário do Profeta

Celebrado no 12.º dia de Rabi Al-Awwal de acordo com a Suna e no dia 17 de Rabi 'Al-Awwal de acordo com os xiitas. Esta é uma ocasião popular em que os muçulmanos recitam poemas que louvam o Profeta e sua moral. Este é um feriado oficial em uma série de países islâmicos.

A noite de Isra e Miraj

Coincide com a noite do 27º dia de Rajab e celebra o aniversário da jornada do Profeta de Meca até Jerusalém, onde ele rezou com os profetas e depois ascendeu ao céu com o anjo Jibril. A noite de Isra e Miraj é um feriado oficial na maioria dos países islâmicos.

Ano Novo Hegírico

Coincide com o primeiro dia do mês de Muharram, o início do ano novo hegírico e a data do ano que simboliza o número de anos desde a migração do Profeta de Meca até Medina. Em muitos países islâmicos, este dia é um feriado oficial

Ashura

Celebrado no décimo dia do mês de Muharram, marcando a data do êxodo do Profeta Moisés e dos israelitas do Egito e sua travessia do Mar Vermelho. Muitos sunitas jejuam neste dia.

Para os xiitas, Ashura representa um dia de tristeza e da lembrança do assassinato de Hussein bin Ali - o neto do Profeta - em Carbala. Os xiitas comemoram este dia lendo a biografia de Hussein e lembrando suas proezas e seu martírio. Para os xiitas, não é preferível jejuar neste dia, mas eles são obrigados a evitar beber água. Este é um feriado oficial em muitos países com presença xiita pesada, como o Iraque, Líbano, Bahrein e Irã.

Eid al-Ghadir

Um evento xiita no 18.º dia de Dhu al-Hijjah, em celebração ao dia em que o Profeta Maomé pregou um sermão em Ghadir Khumm e anunciou Ali bin Abi Talib como seu sucessor. Ele é celebrado pelos xiitas e é considerado como a terceira maior festa depois de Eid al-Adha e Eid al-Fitr.