O presidente Jânio Quadros do Brasil renuncia após apenas sete meses no poder, iniciando uma crise política que culminou em um golpe militar em 1964.
O golpe de estado brasileiro de 1964 (português: Golpe de estado no Brasil em 1964), coloquialmente conhecido no Brasil como Golpe de 64 (Golpe de 64), foi uma série de eventos no Brasil de 31 de março a 1º de abril que levou à a derrubada do presidente João Goulart por membros das Forças Armadas brasileiras, apoiados pelo governo dos Estados Unidos. No dia seguinte, com os militares já no controle do país, o presidente do Congresso brasileiro saiu em apoio ao golpe e o endossou declarando vago o cargo da presidência (embora Goulart nunca tenha renunciado oficialmente). O golpe pôs fim ao governo de Goulart (também conhecido como 'Jango'), filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro, que havia sido eleito democraticamente vice-presidente na mesma eleição em que o conservador Jnio Quadros, do Partido Nacional Trabalhista e apoiado pela União Democrática Nacional, ganhou a presidência.
Quadros havia renunciado em 1961, mesmo ano de sua posse, em uma manobra política desajeitada para aumentar sua popularidade. Quadros previu que manifestações de massa exigiriam seu retorno ao cargo e fortaleceriam sua posição, mas calculou mal. Com a presidência vaga e de acordo com a Constituição brasileira, Quadros deveria ter sido automaticamente substituído por Goulart. Goulart, porém, estava em viagem diplomática à República Popular da China na época e, embora nacionalista moderado, Goulart foi acusado de comunista por militantes de direita, que tentaram impedi-lo de assumir o cargo. Após longas negociações, lideradas principalmente por Tancredo Neves, os partidários de Goulart e a direita chegaram a um acordo pelo qual o parlamentarismo substituiria o presidencialista no país. Goulart continuaria como chefe de Estado, embora enfraquecido, e Neves seria nomeado primeiro-ministro.
Em 1963, porém, um referendo restabeleceu o sistema presidencialista com Goulart como presidente. Ele assumiu o cargo com plenos poderes, e durante seu governo ficaram evidentes diversos problemas na política brasileira, além de disputas no contexto da Guerra Fria, que ajudaram a desestabilizar seu governo. O Plano de Reformas Básicas proposto por Goulart tinha o potencial de socializar os lucros das grandes empresas. Foi rotulado como "ameaça socialista" por setores de direita da sociedade e dos militares, que organizaram grandes manifestações contra o governo nas Marchas da Família com Deus pela Liberdade. trouxe ao Brasil um regime militar alinhado politicamente aos interesses do governo dos Estados Unidos. Essa ditadura militar no Brasil durou 21 anos, até 1985, quando Neves foi eleito indiretamente o primeiro presidente civil do Brasil desde as eleições de 1960.
Jânio da Silva Quadros (pronúncia portuguesa: [ˈʒɐ̃niu dɐ ˈsiwvɐ kwadɾus] (ouvir); 25 de janeiro de 1917 - 16 de fevereiro de 1992) foi um advogado e político brasileiro que serviu como o 22º presidente do Brasil de 31 de janeiro a 25 de agosto de 1961 , quando renunciou ao cargo. Ele também serviu como o 24º e 36º prefeito de São Paulo, e o 18º governador do estado de São Paulo. Quadros era conhecido por seu estilo populista de governo, honestidade e comportamento excêntrico. Como presidente, ele se concentrou na reforma econômica e tentou erradicar a corrupção. Ele também buscou uma política externa independente, tentando equilibrar as relações entre os Estados Unidos e o Bloco Oriental. Apesar de ter sido eleito por ampla margem, seu mandato foi marcado por incertezas e instabilidade política, culminando com sua renúncia. Esse movimento inesperado causou o caos nacional, com a presidência sendo assumida por João Goulart.