Cinco mulheres canadenses apresentam uma petição à Suprema Corte do Canadá, perguntando: "A palavra 'Pessoas' na Seção 24 da Lei Britânica da América do Norte de 1867 inclui pessoas do sexo feminino?"

Os British North America Acts 18671975 são uma série de Atos do Parlamento que estavam no centro da constituição do Canadá. A maioria foi promulgada pelo Parlamento do Reino Unido e algumas pelo Parlamento do Canadá. No Canadá, alguns dos Atos foram revogados no Canadá pelo Ato Constitucional de 1982. O restante foi renomeado para Atos Constitucionais e alterado, com essas mudanças tendo efeito apenas no Canadá. As versões canadenses dos Atos Constitucionais compõem a Constituição do Canadá e só podem ser alteradas no Canadá.

As versões britânicas dos Atos que permanecem em vigor na Grã-Bretanha são estatutos britânicos comuns. Eles podem ser alterados pelo Parlamento britânico, mas essas alterações não teriam nenhum efeito no Canadá. Eles mantêm seus nomes originais e não incluem nenhuma alteração feita no Canadá desde 1982.

O termo "América do Norte Britânica" (BNA) refere-se às colônias britânicas na América do Norte, após 1783.

The Famous Five (francês: Célèbres cinq), também conhecido como The Valiant Five, e inicialmente como The Alberta Five, eram cinco proeminentes sufragistas canadenses que defendiam mulheres e crianças: Henrietta Muir Edwards, Nellie McClung, Louise McKinney, Emily Murphy e Irene Parlby. Em 27 de agosto de 1927, eles solicitaram ao governo federal que remetesse a questão da elegibilidade das mulheres para serem senadoras à Suprema Corte do Canadá. Esta petição foi a base do Caso Persons, uma importante decisão constitucional. Embora a maioria das mulheres canadenses tenha votado nas eleições federais e em todas as províncias, exceto Quebec, em 1927, o caso fazia parte de um esforço maior pela igualdade política. Este foi o primeiro passo para a igualdade para as mulheres no Canadá e foi o início da primeira onda do feminismo.

A pergunta que o governo federal fez à Suprema Corte foi: "A palavra 'Pessoas' na Seção 24 da Lei Britânica da América do Norte de 1867 inclui pessoas do sexo feminino?" Em 1928, o Supremo Tribunal decidiu por unanimidade que as mulheres não eram "pessoas qualificadas" na acepção do art. 24 do British North America Act, 1867. As cinco mulheres recorreram dessa decisão ao Comitê Judicial do Conselho Privado, na época o mais alto tribunal de apelação do Império Britânico. Essa tentativa falhou e o tribunal considerou as mulheres não qualificadas para esse status. Em 18 de outubro de 1929, o Comitê Judiciário anulou a Suprema Corte e considerou que as mulheres eram "pessoas qualificadas" e elegíveis para serem nomeadas para o Senado.

Alguns viram isso como "mudança radical"; outros o viram como uma restauração da estrutura original dos documentos constitucionais ingleses, incluindo a Declaração de Direitos de 1689, que usa apenas o termo pessoa, não o termo homem (ou mulher). Alguns outros interpretaram a regra do Conselho Privado como causando uma mudança na abordagem judicial canadense à constituição canadense, uma abordagem que veio a ser conhecida como a "doutrina da árvore viva".